O papel do zinco na nutrição humana tem sido cada vez mais
ressaltado, e tem havido um progresso dos conhecimentos no que diz respeito aos
aspectos bioquímicos, imunológicos e clínicos. A importância desse mineral foi
demonstrada com a descoberta de processos metabólicos, envolvendo esse
nutriente em diversas atividades enzimáticas. Ele participa do metabolismo
energético, como componente catalítico de mais de 300 metaloenzimas nos tecidos
humanos, e como componente estrutural de diversas proteínas, hormônios e
nucleotídeos.
Entre as enzimas das quais o
zinco faz parte estão a anidrase carbônica, que foi a primeira dependente de
zinco a ser descoberta, além da proteína C quinase, fostatase alcalina,
carboxipeptidases, álcool desidrogenase, superóxido dismutase e transcriptase reversa.
A participação do zinco nos
sistemas enzimáticos envolvidos na síntese e degradação de proteínas e na
transformação de carboidratos em lipídios e ácidos nucléicos, demonstra a
essencialidade desse mineral para o crescimento, a reprodução e a maturação
sexual. Nesse sentido, já foi demonstrado, por meio de diversas pesquisas, o
papel do zinco na organização polimérica de macromoléculas, como DNA (ácido
desoxiribonucléico) e RNA (ácido ribonucléico), sendo indispensável para a
atividade de enzimas envolvidas diretamente com a síntese de DNA e RNA, como,
por exemplo, a RNA polimerase.
Nessa abordagem, a importância
do zinco na nutrição humana é notada não somente para o crescimento e
desenvolvimento normais, mas também para a imunidade, defesa antioxidante,
manutenção do apetite, do paladar, da capacidade de cicatrização de feridas e
para a visão noturna.
O zinco contribui na
estabilização de membranas estruturais e na proteção celular, prevenindo a
peroxidação lipídica. O papel fisiológico desse mineral como antioxidante é
evidenciado, fundamentalmente, por dois mecanismos: proteção dos grupos
sulfidrilos contra oxidação e inibição da produção de espécies reativas de
oxigênio por metais de transição, reforçando, assim, o papel do zinco como estabilizador
da membrana plasmática e de outras membranas e organelas encapsuladas.
Pesquisas demonstram que a
quantidade de zinco presente na dieta pode influenciar a expressão gênica,
podendo ser diretamente, por meio de ligação com fatores de transcrição, ou
estimulando mediadores secundários. Hempe & Cousins, em 1992, também
verificaram que a manutenção e a replicação do material genético (DNA e RNA) e
o uso de informação genética para gerar proteínas específicas eram também
dependentes desse mineral.
Os resultados de vários estudos
demonstram a importância da proteção dos grupos tiol na tradução do sinal da
insulina, sendo que o zinco participa nessa proteção e, assim, exerce um efeito
benéfico adicional sobre a sensibilidade tecidual a esse hormônio. A
importância desse mineral na proteção dos grupos tiols, em conjunto com outros
mecanismos de interação do zinco e metabolismo de glicose, abre perspectivas
para a sua utilização em pacientes diabéticos, para melhorar o controle
metabólico, ou em estágios de intolerância à glicose, para impedir a progressão
para o diabetes.
Vários trabalhos têm demonstrado alterações na distribuição
tecidual de zinco em indivíduos que apresentam Síndrome de Down (SD), o que
exerceria papel de extrema relevância em grande parte das manifestações
clínicas dessa síndrome.
A avaliação do estado nutricional relativo ao zinco em indivíduos
portadores de SD, tem sido conduzida utilizando diversos parâmetros
bioquímicos, quais sejam: plasma, soro, cabelo, saliva, eritrócito e urina.
O interesse pelo desenvolvimento de estudos sobre zinco e Síndrome
de Down baseia-se no fato desse mineral ser importante para várias funções
orgânicas, as quais encontram-se alteradas em indivíduos portadores dessa
síndrome, como, por exemplo, aquelas desenvolvidas no sistema imune, endócrino
e hematológico.
Os estudos que relacionavam esse mineral com a Síndrome de Down
sugeriam que as alterações encontradas na sua distribuição tecidual estariam
relacionadas com distúrbios na atividade dos hormônios da tireóide,
principalmente no que diz respeito à ação desses hormônios nos tecidos.
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