O aumento da pressão venosa ocorre quando há algum tipo de obstrução, mesmo que parcial, ao fluxo sanguíneo venoso. Damos o nome de aumento da pressão hidrostática, ou seja, da pressão que o volume de líquido dentro do vaso faz sobre a parede do próprio.
Um conhecido exemplo são as varizes nas pernas. Varizes são veias defeituosas que apresentam dificuldade em levar o sangue de volta ao coração. É bom destacar que as veias das pernas precisam agir contra a gravidade, e quando há algum defeito neste sistema, ocorre um represamento de sangue nos membros inferiores. O sangue acumulado nas veias, aumenta a pressão dentro das mesmas e causam extravasamento de líquidos para o tecido subcutâneo. Este quadro é chamado de insuficiência venosa dos membros inferiores
Outro mecanismo semelhante ocorre na insuficiência cardíaca, onde um coração fraco não consegue bombear o sangue de modo eficaz, novamente favorecendo o represamento do mesmo no membros inferiores.
Tanto na insuficiência cardíaca quanto na insuficiência venosa dos membros inferiores, o edema surge e piora quando o paciente fica muito tempo em pé e tende a desaparecer após algumas horas deitado, quando a gravidade não exerce força contrária.
Um dos sinais típicos do edema nas pernas é o cacifo ou sinal de Godet, que é a presença de um pequeno afundamento na pele à digitopressão (foto abaixo). É um sinal de excesso de líquido no tecido subcutâneo.
Em algumas doenças, principalmente de origem renal, ocorre um acumulo de sódio (sal) no corpo. Esse excesso de sal aumenta a quantidade de água corporal, que por consequência aumenta não só a pressão arterial, mas também a pressão venosa, favorecendo o aparecimento de inchaços
Os dois mecanismos descritos anteriormente (permeabilidade vascular e aumento da pressão venosa) são causas de edemas localizados, ou nas pernas ou no local acometido por trauma ou inflamação. No caso da retenção de sal, o edema costuma ser mais difuso.
2.) Um outro mecanismo para a formação dos inchaços, é a diminuição da viscosidade sanguínea, chamada de pressão oncótica, e é dada principalmente pela concentração de proteínas no sangue.
Enquanto que o aumento da pressão dentro das veias favorece o extravasamento de líquidos, a pressão oncótica faz o trabalho inverso. Portanto, a formação dos edema é um balanço entre a pressão hidrostática e a pressão oncótica.
Quando se tem alguma doença que diminua as proteínas sanguíneas (a principal é a albumina), o paciente tende a formar edemas, mesmo que a pressão dentro das veias seja normal. Neste caso o edema é generalizado, já que a falta de proteína ocorre por todo o corpo.
Quando o edema ocorre de modo difuso, damos o nome de anasarca. A doença característica deste tipo de edema é a cirrose. O principal produtor de albumina do corpo é o fígado. Quando este para de funcionar corretamente, reduz-se a síntese de proteínas e consequentemente a pressão oncótica. O resultado final é a anasarca.
Ascite |
Outra doença que pode causar edemas difusos e ascite é a síndrome nefrótica, que nada mais é que uma doença renal onde ocorre perda de proteínas na urina (leia:
Na verdade, qualquer doença crônica grave pode inibir a produção de albumina pelo fígado e causar edema.
Linfedema |
O linfedema não costumar ter cacifo, é mais deformante que o edema venoso e pode ser bastante assimétrico.
Leia o texto original no site MD.Saúde: INCHAÇOS E EDEMAS | Causas e tratamento http://www.mdsaude.com/2009/02/inchaco-e-edema.html#ixzz1xy4LqPfb